Há que mudar muitas mentalidades

Em 2018 escrevi este texto nas redes sociais:

Resumo da situação: nas obras, andamos aflitos à procura de subempreiteiros de todas as especialidades. Não de pessoas recrutadas a preço de escravo a uma qualquer empresa de recrutamento ou trabalho temporário, ou importadas à pressão, sem conhecimento ou especialização.
Há que mudar muitas mentalidades. Enquanto esperamos que se extingam os dinossauros das obras, temos que preparar uma geração que venha quebrar os preconceitos:
– as obras não são o lugar dos feios, porcos, burros, quem não deu para outra coisa: nas obras precisamos de pessoas com cabeça, que encontrem soluções e métodos de trabalho mais práticos, funcionais, mais seguros e mais limpos.
– nas obras, há lugar para homens e mulheres, em todos os serviços: são necessárias condições de trabalho menos duras e fisicamente desgastantes, casas de banho!! ( em 2018, ainda são da idade média, na maioria das obras), horários compatíveis com a vida familiar, oportunidade de progressão, salários dignos e adequados ao custo de vida do nosso país
– é necessária a renovação de equipamentos: apoio à modernização de frotas de gruas ferrugentas, andaimes podres, betoneiras avariadas, extensões em curto circuito, pimenteiros a parecer um bairro da lata com puxadas para todos os lados
– são necessários empresários novos: com melhores noções de gestão de recursos, que valorem o activo humano, que saibam que frio, chuva e calor intenso são torturas, mas que podem ser combatidas e contrariadas com planeamento, equipamentos e preparação, certos que os preparadores de obra, orçamentistas, formações são úteis, horários normais com direito a feriados e fins de semana, que os engenheiros não são motoristas de longo curso, mas são pau para toda a obra
– são necessários projectistas mais conscientes da realidade dos trabalhos, propondo soluções mais eficazes e completas dentro de uma melhor relação qualidade/preço, com mais ponderação nas soluções preconizadas, mais detalhes, mais apoio técnico, com o devido reconhecimento salarial
– é necessário estudar melhor as obras em fase de orçamento, para poder propor uma solução honesta
– ser das obras, trabalhar nas obras, devia ser como um pescador, que mesmo que apanhe uma tainha fedorenta e podre, conta ao amigo que era linda, fresca, enorme, a melhor…
E porque não vais tu? Perguntam vocês. Eu já tenho o meu lugar nas obras, modesto, muito modesto, pouco rentável, mas feliz, sempre que se trata de gente e obras. Se um dia mudar, quem sabe…


O que foi feito na MPFRuivaco desde então?

A equipa cresceu e contratámos engenheiros, arquitectos, técnicos superiores de segurança. Implementámos e certificámos o Sistema de Qualidade.
Investimos em software BIM e muita formação, em qualidade, segurança, técnicas e processos construtivos e de diagnóstico, em legislação e projecto .
Adquirimos materiais e equipamentos para inspecção e diagnóstico,

Queremos ser melhores e mais aptos. E vocês?

Margarida Ruivaco

CEO /Engenheira Civil

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